"[...] o presente livro, enquanto resultado de um esforço coletivo do GP Comunicação, Mídias e Liberdade de Expressão da Intercom, busca oferecer um balanço crítico dos debates sobre liberdade de expressão construídos no campo comunicacional brasileiro que abordam o contexto do governo de J
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air Bolsonaro, suas condições históricas de possibilidade e suas reverberações posteriores, já que a chegada da extrema-direita à política institucional brasileira, mais do que risco iminente, consolidou-se como preocupante realidade com as eleições legislativas de 2022. Da mesma forma, os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023 mostraram que o fantasma do golpismo que assola a democracia brasileira, muito longe de constituir um delírio fantasioso, ronda entre nós absolutamente encarnado em setores das Forças Armadas, em órgãos policiais, em governos locais e no Congresso." (Resumo)
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"Em 2023, o professor José Marques de Melo, se estivesse vivo, completaria 80 anos de idade. Com certeza, ainda estaria organizando algum evento científico ou escrevendo um novo livro. Em sua trajetória, marcada por um trabalho pioneiro de pesquisa e de ensino da Comunicação no Brasil, Marques
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de Melo foi jornalista, professor, autor de dezenas de livros, além de um grande líder, fundando a maior e mais longeva entidade de pesquisadoras e pesquisadores em Comunicação da América Latina, a Intercom. Para celebrar seu aniversário, a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação - INTERCOM - reúne, nesta coletânea, histórias da vida de José Marques de Melo contadas por ex-orientandos, colegas de trabalho, pesquisadores e jornalistas que, de alguma forma, tiveram seus percursos cruzados com o do mestre JMM." (Resumo)
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"Como indica o título do livro há em seus 21 textos diversos cenários que se apresentam em torno daquilo que conceitualmente é definido como “desinformação”, ou seja, reflexões sobre o nosso tempo concomitante de vida em que se dá crédito a teorias absurdas, se reescreve o passado a par
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tir da lógica das falsificações históricas e se constrói perigosas verdades alternativas. Como enfatizou Roger Chartier (2022), num recente artigo sobre a questão da verdade, há que se remarcar também as ameaças que o estatuto de desinformação confere à própria interpretação do passado: “nossa relação com o passado está ameaçada pela forte tentação de histórias imaginadas e pelas tentativas políticas de reescrita do passado” (página 9). Exemplar neste sentido, no Brasil, tem sido a volta da idolatria ao período ditatorial levada a cabo por representantes políticos da extrema-direita, capitaneada pelo Presidente Jair Bolsonaro, que incontáveis vezes tem feito apologia à ditadura civil-militar instaurada em 1964 e homenagens a torturadores do período, nas inúmeras ocasiões a que se refere, por exemplo, ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que foi chefe do DOICodi. Refletir sobre desinformação e as teias comunicacionais nos tempos contemporâneos torna-se, portanto, urgente." (Prefácio, página 11)
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